O segredo de Mr. Pier

Parte I – O sumiço

Há três ou quatro dias não se fala em outra coisa. Uma pessoa está desaparecida, uma pessoa normal, que sumiu sem deixar rastros, intrigando a todos e criando uma enorme dor de cabeça para a eficiente polícia da cidade de Nordewer. Jornais, revistas, rádios, TVs e portais da internet se perguntam. Onde foi parar Lian T. Pier, o pacato e praticamente invisível cidadão que desapareceu desafiando a polícia local?

O Delegado, Greste Vener estava encarregado do caso. O homem não aparece mais em sua residência e no local de trabalho há alguns dias. Seu paradeiro, ninguém sabe.

Reunindo a equipe de peritos Greste pediu que um deles, Mr. Bryce, fosse até a residência do homem para levantar algumas evidências.

– Antecipo que o imóvel está totalmente vazio, sem nenhum móvel, ou objeto pessoal, disse Greste.

Lá chegando, Bryce se identificou ao porteiro que prontamente liberou o acesso. Assim que a porta do apartamento foi parcialmente aberta, olhando pela fresta notou uma estante. Com alguma surpresa, recuou um passo e olhou o número do apartamento na porta. O número estava certo.

“O delegado tinha dito que não havia móveis. O que essa estante está fazendo aí?” Pensou.

Abrindo completamente a porta reparou de fato, que além daquela estante não havia mais nada. O piso era de parquet, havia uma camada de poeira remexida no chão, com marcas de sapato, certamente do Lian, da ação do delegado ou do síndico que tinha a chave e certamente lá estiveram antes.

Havia uma grande janela no fundo da sala que iluminava muito bem o ambiente.

A estante tinha formato de U invertido com 5 prateleiras, todas empoeiradas tendo duas marcas sem poeira, uma redonda e outra quadrada em prateleiras distintas.

“Alguns objetos de decoração, devidamente retirados do local por alguém, pensou”.

Junto a porta de entrada, na parede lateral, havia outra porta que levava à cozinha, estava absolutamente vazia, sem fogão ou geladeira com o piso de pastilhas bastante empoeirado e mexido. O cano do gás estava tamponado, parecia que estava assim a um bom tempo. Embaixo da pia havia um armário com duas portas e três gavetas. abriu as portas, nada havia lá. Retirou as três gavetas para ver se havia algo no fundo do armário, nada. Examinando uma das gavetas havia na parte de trás, virado para o lado de fora uma marca retangular com duas marcas menores nas pontas. A marca maior indicava que algo no formato quadrado tinha sido presa ali por dois pedaços de fita adesiva. tirou uma foto com o celular. Em seguida, abriu as torneiras, a água que saiu, era barrenta o que indicava que não eram utilizadas há um bom tempo.

Voltou para a sala, na mesma parede lateral havia mais ao fundo outra porta, a que levava ao quarto. Entrando, reparou que era o único ambiente com carpete que originalmente deveria ser bege claro mas, de tão empoeirado, parecia cinza. Havia, no chão, próximo a uma parede, 4 marcas distanciadas de tal forma que não deixavam dúvidas que foram feitas pelos pés de uma cama, esta, no entanto não estava lá há muito tempo pois havia poeira onde ficariam os pés da cama.

Não havia outro móvel nem marca de que um dia tenha havido algum móvel nesse quarto, nem armário nem cômoda. Estranho porque não havia closet ou armário embutido.

Do quarto, foi até o banheiro cujo aspecto era muito semelhante à cozinha. O chuveiro ao ser aberto também jorrou água barrenta, o mesmo ocorreu das torneiras.

Nada ali era utilizado há um bom tempo. Tudo indicava que o imóvel estava abandonado.

Terminando a análise, retornou à sala e tão logo se aproximou da porta, ouviu passos do lado de fora. Ele colocou o olho no olho mágico mas, nada enxergou porque algo obstruía a visão através desse objeto.

Então, abriu a porta e encontrou uma senhora que se assustou com a sua presença.

– Desculpe senhora, sou Bryce, o perito designado para levantar vestígios sobre o desaparecimento do Sr. Pier. A Senhora o conhecia bem?

– Olá. Desculpe eu ter me assustado, quando a porta se abriu eu pensei que o Sr. Pier tivesse retornado mas, vi uma pessoa estranha.

Eu sou Helen Sherman e não, eu não conhecia o Sr. Pier muito bem, acho que ninguém aqui no prédio o conhecia muito bem. Era uma pessoa muito reservada, eu, quando o encontrava, era pela manhã quando ele saia para trabalhar ou a tarde quando retornava do trabalho. Nunca falamos mais que um bom dia, boa tarde ou então, um breve comentário sobre o clima.

– A senhora ouvia algum ruído de música, TV ou ele recebi visitas?

– Não, o silêncio sempre foi grande, sempre parecia que não havia ninguém lá.

– Obrigado Sra. Sherman. Caso se lembre de alguma coisa, peço que entre em contato com o delegado que está investigando o caso.

– Farei isso. Ele me deixou o telefone para contato. Até mais.

Bryce voltou para o apartamento curioso para saber o que estava bloqueando a visão pelo olho mágico. Desrosqueou pelo lado de dentro e retirou o objeto. Colocou as luvas para preservar impressões digitais. Era uma folha de papel dobrado e do tamanho certo para caber ali. Reparei que havia algo escrito nele. Foi até a cozinha e então pode ler a seguinte frase. “De dentro para fora ou de fora para dentro, é tudo igual

Colocou o objeto em um saco plástico apropriado para a guarda de provas.

Fechou o imóvel colocando uma tarja indicando “proibida a entrada”.

No dia seguinte foi a delegacia entregar ao delgado Greste Vener, o relatório sobre a perícia no imóvel.

– Como foi a perícia?

– Na verdade fui e analisei bastante o que lá encontrei e o que não encontrei. Achei melhor ir para casa meditar e digerir as informações que obtive e redigir meu relatório.

– Gastou apenas 5 minutos, né?

– Que nada, há muita informação lá a questão é como organizá-las.

O perito colocou as luvas, abriu o saco plástico e mostrou ao delegado o papel que encontrou no olho mágico. Ele se mostrou pouco surpreso.

– Você não ficou nem um pouco surpreso com o que eu encontrei, né?

– Na verdade sim mas, é só mais uma peça do quebra cabeça. Aqui, cada enxadada sai uma minhoca.

– Do que você está falando.

Ele se voltou para trás e apanhou uma pasta. Abriu e de lá retirou outros dois envelopes com pedaços de papel semelhantes ao que o perito encontrou. Passou para ele e disse. Leia-os!

– O perito os abriu. O primeiro envelope cuja etiqueta informava: “gaveta da cozinha” e para estupefação encontrava-se um papel semelhante com o texto:

De frente para trás ou de trás para frente, é tudo igual

Fez uma cara de espanto!

Abriu o segundo envelope cuja etiqueta informava: “prateleira da estante” e o texto era:

De cima para baixo ou de baixo para cima, é tudo igual

– Leu? Agora me explique!

– Eu não tenho explicações no momento.

Ambos riram bastante.

– Cada dia que passa fica mais estranho e longe de solucionar o problema.

– Me faça um resumo do que encontrou na sua perícia, que consta do seu relatório. Antes quero informar que na estante, havia um vaso raso com fundo redondo e uma espécie de cinzeiro quadrado com a boca virado para baixo.

– Vamos lá.

– Nenhuma digital, em lugar algum. Nada de cabelos ou pelos, tudo o que encontramos foi poeira, muita poeira. Na estante havia a marca desses dois objetos que você mencionou. Porém, Sem marcas.

Resumindo. O imóvel está abandonado há anos.

– Anos? Quantos anos?

– Estimo em 4 ou 5 anos.

– Há quantos anos o Sr. Pier mora nesse apartamento, perguntei ao delegado.

– 4 anos, disse ele.

– Quem paga os aluguéis?

– O Sr. Pier, sempre em dinheiro

– E as outras contas. Água, luz, condomínio etc.

– Todas são pagas por ele, em dinheiro, no banco.

– Nunca atrasou pagamento, nunca levou multa, nenhuma queixa?

– Nada. Cidadão exemplar.

– Cartão de crédito? Compras do supermercado?

– Sem cartão de crédito e nenhuma compra em supermercado, não que pudéssemos rastrear. Se comprou, pagou em dinheiro.

– Conta em banco, em alguma loja?

– Negativo.

Finalizei minha série de perguntas dizendo ao delegado. Encere o caso. Esse tal Sr. Pier nunca existiu.

– Como eu gostaria, disse Greste.

O perito retirou do bolso outro saco plástico apresentando ao delegado.

– É poeira. Tem um monte dela no apartamento.

– Mas, o Sr. não notou que tem algo estranho? Há alguns grânulos vermelhos e a poeira é um pouco grossa. Vou mandar analisar.

– Faça uma análise, pode não dar em nada e nada é o que temos até aqui, disse o delegado.

– OK.

Todos nos despedimos aguardando por alguma pista reveladora.

 

Parte II – Mais pistas

Dois dias depois Bryce retornou. Entregou uma pasta ao delegado.

– Você não vai acreditar no que vai ler aqui. Eu pedi que os testes fossem repetidos 2 vezes e assim foi feito. Os resultados foram sempre os mesmos.

– Este é o resultado das análises da poeira encontrada no apartamento do Sr. Pier. De fato a poeira tinha algo a revelar. Assim que saíram os resultados, não acreditando neles, fui novamente a apartamento coletar mais amostras para analisá-las. O resultado foi sempre o mesmo.

– Qual é o resultado. Não preciso de suspense justamente agora.

– A poeira e os fragmentos avermelhados encontrados não são de Nordewer.

– São de onde, então?

– Do deserto do Atacama, que fica entre o Chile e o Peru.

– Você tem certeza?

– Gostaria de estar enganado mas, as características do solo desse deserto são específicas. O primeiro resultado que obtive indicou que o material diverge da nossa poeira cotidiana, falando em termos leigos, então, após uma análise espectroscópica, procuramos na literatura, solos que fossem quimicamente e fisicamente compatíveis com os resultados e o único solo compatível fica no Atacama.

– Mas isso fica a dezenas de milhares de milhas daqui. Como isso é possível?

– É aqui que a competência do senhor, delegado Greste entra.

– Obrigado por nada. Disse o delegado visivelmente contrariado.

Greste chamou a secretaria que redigiu uma petição assinada e carimbada por ele.

– Agora era a hora de ver onde o Sr. Lian trabalhava.

– Decidido a visitar a empresa, tive o cuidado de telefonar antes para marcar um encontro com o empregador do Sr. Pier.

Data e hora marcadas o delegado foi ao encontro do Sr. Conan Drin, dono do laboratório onde trabalhava o desaparecido.

Lá chegando foi recebido prontamente pelo Sr. Drin que antes e mais nada, leu a petição que tinha em mãos.

– Desculpe Sr. Greste mas, tenho que tomar todas as precauções possíveis. Muitos curiosos e jornalistas procuram a mim e outros empregados para obter qualquer tipo de informação. É estressante.

– Entendo Sr. Drin. Minha visita será rápida.

– Pergunte o que desejar, Se eu não souber responder serei sincero.

– Vamos lá. Qual era o trabalho do Sr. Pier?

– Era analista físico de amostras.

– Que tipo de amostras?

– Nosso laboratório faz análises de material genético, fazemos análises de paternidade e fertilização “in vitro”.

– Estou vendo algumas salas cercadas por vidro com uma ou duas pessoas dentro da sala. Quem trabalhava junto com o Sr. Pier?

– Ele trabalhava em uma sala sozinho.

– Por quê?

– A natureza das amostras com as quais ele manipulava poderia gerar contaminação. Assim, sozinho, o risco é mitigado.

– Qual era o seu relacionamento com ele? Poque ele sumiu?

– Era o patrão e ele o empregado. Ele comparecia ao emprego, realizava as tarefas a ele confiadas, era pago por isso.

– Quem entre os empregados era próximo dele.

– Ele era uma pessoa muito fechada, chegava ao trabalho, entrava em sua sala, fazia seu trabalho e ia embora.

– Não achou suspeito alguém não se relacionar com seus colegas?

– Não sou psicólogo. Era um funcionário que desempenhava muito bem a sua função. Caso deseje, pode conversar com outros empregados.

– Vou pensar no caso. Obrigado por enquanto Sr. Drin. Retornarei em breve, OK?

– Será bem recebido.

Greste saiu da empresa. Voltando a delegacia pediu a seus assessores que fizessem uma devassa no que diz respeito a empresa, seus fornecedores e clientes.

Enquanto isso, voltaria a rotina, cuidando de outros casos.

 

Parte II – Assustadoras conclusões.

Passados alguns dias Greste chamou Bryce para juntos fazerem um “brain storm” com tudo o que tinham até o momento.

– Bom, disse o delegado. Temos três papeis. Uma estante, poeira e mais nada na residência.

– No emprego, ele trabalhava com material genético e fertilização “in vitro”

– Pagava todas as contas em dinheiro, não tinha conta em banco. Tinha apenas um documento de identidade cuja cópia está aqui no processo. É real, tem paternidade definida, ambos já falecidos. Nenhum parente vivo e nenhum amigo aparente.

– Esse homem era um perigo para a sociedade.

– Consideremos suicídio como hipótese?

– E o corpo?

– Amarrou uma corda em volta do seu corpo e a uma pedra e se jogou no rio ou no mar. Também, por conhecer produtos químicos, pode ter se jogado em um barril de ácido.

– Conjecturas que não explicam o antes. O apartamento para onde retornava todos os dias mas não passava da porta. Não dormia lá, não cozinhava ou comia lá. Nem sequer tomava banho lá.

– A estante está lá naquela posição porque quem vê de fora, pensa que a sala tem mobília porque é possível ver a estante.

– Faz sentido.

– E os três papeis? Perguntou Bryce.

– Com minha experiência eu me permito concluir que foram deixadas desde há muito tempo para serem encontradas quando ele não fosse encontrado.

– Como assim?

– Pistas plantadas por ele mesmo para ajudar na busca por ele.

– Pelo amarelado dos papéis, poderia ser de um antigo morador.

– Negativo. Durante o tempo em que morou ali, teria enfiado o olho no olho mágico ao menos uma vez e teria retirado o bilhete.

– Faz sentido mas, o que significam as três frases.

– É aí que duas cabeças pensam melhor do que uma.

– Juntemos as três

De dentro para fora ou de fora para dentro, é tudo igual” (no olho mágico)

De cima para baixo ou de baixo para cima, é tudo igual” (na prateleira)

De frente para trás ou de trás para frente, é tudo igual” (na gaveta)

– Todas indicam movimento

– Ou localização.

– Ou ambos.

– O que de dentro para fora ou de fora para dentro, é tudo igual?

– Vidro? Janela? Algo transparente? Alguém transparente? Algo ou alguém invisível? Algo que não se enxerga?

– São muitas possibilidades! Nada conclusivo.

– E de cima para baixo ou de baixo para cima, é tudo igual?

– Qualquer coisa vista de cima ou de baixo é sempre igual.

– Não se for transparente ou semitransparente.

– Mas nesse caso não se vê nada.

– Isso mesmo.

– Estamos procurando uma metáfora?

– Vejamos a terceira frase: de frente para trás ou de trás para frente, é tudo igual

– Isso é movimento.

– Também penso assim.

– Temos que ordená-las ou qualquer ordem serve.

– Boa pergunta.

– Uma esfera transparente!

– Caramba! Como não pensei nisso. O vaso.

– O que tem o vaso.

– O vaso na prateleira tinha uma esfera dentro. É a resposta.

– Onde está ela?

– Aqui na minha gaveta.

Greste apanhou a esfera de sua gaveta e repassou para Bryce. A esfera era praticamente transparente, pequena, uma polegada de diâmetro e levemente esverdeada.

Bryce a examinou, colocou próximo a alguns objetos e a conclusão era que parecia uma dessas bolas de gude de vidro transparente.

– Lamento informar, disse, Bryce mas, essa esfera não vai nos levar a lugar algum.

– Será que não?

– O que você quer dizer com isso.

– Venha comigo.

Ambos saíram da delegacia, foram direto para o apartamento do Sr. Pier.

Assim que entraram, trancaram a porta. Greste apanhou a esfera no bolso e a colocou na estante, onde foi encontrada.

– Falta o vaso, clamou Bryce.

– O vaso é só um lugar para deixar a esfera. Não serve para outra coisa.

– Então delegado, a esfera está na estante e daí.

Greste colocou a esfera em todas as prateleiras mas, nada de diferente aconteceu até que ele a colocou na prateleira que estava na altura dos seus olhos e olhou para ela e através dela. Tomou um susto, recuou e pediu para Bryce fazer o mesmo.

Ele também se assustou com o que viu.

– O que você viu? Perguntou Greste a Bryce.

– Um cenário de deserto.

– Atacama?

– Essa esfera é uma chave de porta e a estante é a porta. Não está aqui apenas como enfeite.

– Tente atravessar a estante com ela no seu bolso.

– Enlouqueceu, disse Bryce. Vai que eu vou para o chile. Como eu volto?

– E se não for o Chile mas, outra dimensão?

– Ambos se entreolharam aterrorizados.

Vamos sair daqui agora mesmo. Tenho outra forma de descobrir o que há do outro lado. Te conto depois, disse Greste.

Greste e Bryce passaram na delegacia, pegaram uma viatura com mais três policiais e antes de sair, pediu para a sua secretária avisar o prefeito, seu chefe, para onde ia. Precaução, disse ele.

Greste entrou na viatura, deu algumas instruções de praxe para os policiais e todos seguiram até o laboratório onde o Sr. Pier trabalhava.

Lá chegando, pediu para dois policiais ficarem de guarda na porta do laboratório com instruções rígidas para ninguém entrar ou sair enquanto eles estivessem dentro.

Bryce fez menção de perguntar algo mas, diante das feições do delegado, desistiu.

Os três entraram e sem qualquer anúncio foram até a sala do Sr. Conan.

Entrando na sala, o Sr. Conan não mostrou qualquer surpresa em ver os policiais.

– Pois não delegado, em que posso ser útil.

– Permaneça sentando e deixe suas mãos onde eu possa vê-las. Em cima da mesa.

Conan não esboçou reação, seguindo as instruções do delegado.

Greste tirou a esfera do bolso e a colocou sobre a mesa.

– Eu e você sabemos o que é isso e para o que serve. Agora me diga, Existe um Lian T. Pier?

– Não sei do que está falando. Lian trabalhou aqui por alguns anos.

– Verdade, trabalhou até que não fosse mais necessário. Só não entendo por que tinha que retornar todos os dias para o Atacama. Não seria mais fácil permanecer aqui o tempo todo?

– Ora ora, delegado. Você é inteligente mas, não muito. As informações foram deixadas à vista de todos.

Bryce suava frio. O policial que os acompanhava não estava entendendo absolutamente nada. Greste pediu que o policial sacasse sua arma e mantivesse a mira no Sr. Conan. Obedeceu sem pestanejar

– Vamos lá, disse Greste.

– De repente tudo fez sentido para mim. O que vocês fazem aqui nesse laboratório, inseminação artificial, hibridização humana?

– Continue delegado.

Bryce estava de olhos arregalados, duvidando do que ouvia.

Greste se virou para Bryce, piscou e voltou o olhar para Conan.

– Seu nome é Conan Drin?

– Responda o Sr. Delegado.

– Não. Conan Drin é um anagrama para “Draconian”. É o que você é, não é?

– Prossiga

– Lian T. Pier é o anagrama de “Reptilian”, correto?

– Muito bem delegado. O Sr. Está de parabéns. Agora peço que saiam porque esse lugar vai deixar de existir nessa dimensão. O trabalho aqui findou quando a tarefa do meu amigo findou. Permanecemos aqui por mais um tempo para finalizar alguns processos. No Atacama fica a nossa base.

– Você está preso Draconian.

– Acha que pode fazer isso? Surpreenda-se!

No instante seguinte, Greste, Bryce e o policial que os acompanhava se veem fora do prédio ao lado dos outros dois policiais, sem entender o que aconteceu para eles estarem ali.

– Deram meia volta e entraram novamente no prédio.

O prédio estava vazio, parecia abandonado, sujo e empoeirado. Nada havia dentro do prédio, ou melhor, quase nada. Em uma parede ao fundo, uma estante era tudo o que restava no prédio vazio.

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